terça-feira, 30 de agosto de 2011

3 CONSELHOS

Um casal de jovens recém casados, era muito pobre e vivia de favores num
sítio do interior. Um dia o marido fez a seguinte proposta a esposa:
Querida eu vou sair de casa e vou viajar para bem distante, vou arrumar um
emprego e trabalhar até que eu tenha condições de voltar e dar a você uma
vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo vou ficar longe de casa,
só peço uma coisa que você me espere e, enquanto eu estiver fora, seja fiel
a mim que eu serei fiel a você.
Assim sendo o jovem saiu. Andou muitos dias a pé, até que encontrou um
fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudar em sua fazenda. ele
chegou e se ofereceu para trabalhar, o que foi aceito. Sendo assim, ele
pediu para fazer um pacto com o patrão o que também foi aceito. Ele disse:
Patrão
Eu peço só uma coisa para o senhor. Me deixe trabalhar pelo tempo que eu
quiser e quando eu achar que eu devo ir embora, o senhor me dispensa das
minhas obrigações. Eu não quero receber o meu salário. Peço que o Senhor que
o coloque na poupança até o dia que eu sair daqui. No dia em que eu sair o
senhor me dá o dinheiro e eu sigo o meu caminho. Tudo combinado.
Aquele jovem trabalhou durante vinte anos, sem férias e sem descanso. Depois
de vinte anos ele chegou para o seu patrão e lhe disse:
Patrão eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para a minha casa. O
patrão então lhe disse:
Tudo bem, nós fizemos um pacto e eu vou cumprir, só que antes eu quero lhe
fazer uma proposta, tudo bem? E o jovem disse que poderia fazê-la. O patrão
lhe disse:
Eu lhe dou todo o seu dinheiro e você vai embora ou eu lhe dou três
conselhos e não lhe dou o dinheiro e você vai embora.  Se eu lhe der o
dinheiro eu não lhe dou os conselhos e  se eu lhe der os conselhos eu não
lhe dou o dinheiro. Vai para seu quarto, pensa durante a noite e depois você
vem e me dá a resposta.
O rapaz pensou durante dois dias e depois procurou o patrão e lhe disse:
Patrão eu quero os três conselhos.
O patrão lhe disse:
Se eu lhe der os conselhos eu não lhe dou o dinheiro e o jovem lhe disse:
Eu quero os conselhos. O patrão então lhe falou:

1) Nunca tome atalhos em sua vida, caminhos mais curtos e desconhecidos
podem custar a sua vida;
2) Nunca seja curioso para aquilo que é mal, pois a curiosidade para mal
pode ser mortal;
3) Nunca tome decisões em momentos de ódio e de dor, pois você pode se
arrepender e ser tarde demais.

Após dar os três conselhos o patrão disse ao rapaz que já não era tão jovem
assim:
Rapaz, aqui você tem três pães, dois é para você comer durante a viagem e o
terceiro é para comer com a sua esposa quando
chegar em sua casa.
O rapaz saiu para seguir o seu caminho de volta para casa, depois de vinte
anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava.
Andou durante o primeiro dia e encontrou um viajante que o cumprimentou e
lhe perguntou:
Para onde você vai? Ele respondeu:
Vou para um lugar muito distante que fica a mais de vinte dias de caminhada
por esta estrada.
O viajante lhe disse:
Rapaz, esse caminho é muito longo, eu conheço um atalho que é dez e você vai
chegar em poucos dias.
O rapaz ficou contente e começou a seguir pelo atalho, quando lembrou-se do
primeiro conselho do seu patrão, então voltou e seguiu o seu caminho.
Dias depois ele soube que aquilo era uma emboscada. Depois de alguns dias de
viagem, achou uma pensão na beira da estrada onde pode hospedar-se. Pagou a
diária e após tomar um banho deitou-se para dormir.
De madrugada acordou assustado com um grito estarrecedor. Levantou-se de um
salto só e dirigiu-se a porta para ir até o local do grito. Quando estava
abrindo a porta, lembrou-se do segundo conselho. Voltou, deitou-se e dormiu.
Ao amanhecer, após tomar o café, o dono da hospedagem lhe perguntou se ele
não havia ouvido um grito e ele disse que tinha ouvido. O hospedeiro disse:
E você não ficou curioso? Ele disse que não. Então o hospedeiro lhe falou:
Você é o único que sai vivo daqui, pois eu sou louco e grito durante a noite
e quando o hóspede sai eu o mato e lhe mostrou vários cadáveres.
O rapaz seguiu a sua longa caminhada, ansioso por chegar em sua casa.
Depois de muitos dias e noites de caminhada. Já ao entardecer, viu entre as
árvores a fumaça da sua casinha, andou e logo viu entre os arbustos a
silhueta da sua esposa. O dia estava escurecendo, mas ele pode ver que a sua
esposa não estava só. Andou mais um pouco e viu que a sua esposa tinha entre
as suas pernas um homem a quem ela estava acariciando os cabelos. Quando ele
viu aquela cena o seu coração se derreteu de ódio e amargura e ele
decidiu-se a correr de encontro aos dois e a matá-los sem
piedade. Respirou fundo e apressou os passos, quando lembrou-se do terceiro
conselho. então ele parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo
e no dia seguinte ele tomaria uma decisão.
Ao amanhecer, já com a cabeça fria ele disse: Não vou matar minha esposa e
nem o seu amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele me aceite de
volta. Só que antes eu quero dizer para a minha esposa que eu fui fiel a
ela.
Dirigiu-se a porta da casa e bateu. Quando a esposa abre a porta e reconhece
que é o seu marido, ela se atira ao seu pescoço e o abraça afetuosamente.
Ele tenta afastá-la, mas não consegue. Então com lágrimas ele lhe diz:
Eu fui fiel a você e você me traiu. Ela espantada lhe respondeu: Como? Eu
não lhe traí, antes o esperei durante esses vinte  anos. Ele lhe perguntou:
E aquele homem que você estava acariciando ontem ao entardecer? E ela lhe
disse:
Aquele homem é nosso filho. Quando você foi embora eu descobri que estava
grávida e hoje ele está com vinte anos de idade. Então o marido entrou,
conheceu e abraçou seu filho, contou-lhes toda a sua história enquanto a
esposa preparava o café e então sentaram-se para tomar o café e comer o
último pão.
Após a oração de agradecimento e lágrimas de emoção ele parte o pão e ao
partí-lo, ali estava todo o seu dinheiro."

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